18 Anos da Lei Maria da Penha: Impactos, Conquistas e Desafios
Há 18 anos, a Lei Maria da Penha vem protegendo mulheres e combatendo a violência doméstica no Brasil. Saiba como essa lei mudou a vida de milhares de mulheres e por que ela é essencial na luta pela igualdade de gênero.
COMEMORAÇÕES
Giselle Ribeiro
8/15/20244 min read


A Lei Maria da Penha, uma das mais importantes peças legislativas de combate à violência contra as mulheres no Brasil, completa 18 anos em 2024. Desde a sua promulgação em 7 de Agosto de 2006, a lei tem desempenhado um papel vital na proteção das mulheres e no reforço da igualdade de gênero no país.
Neste artigo discutimos os principais impactos, conquistas e desafios que marcaram a trajetória das últimas duas décadas.
1. Como surgiu a Lei Maria da Penha?
Maria da Penha Maia Fernandes foi uma farmacêutica brasileira que se casou com Marco Antônio Herredia Viveros em 1983. Foram feitas duas tentativas de assassinato. Os ataques começaram cerca de seis anos após o casamento de Maria da Penha e incluíram violência física e psicológica. As tentativas de homicídio são as seguintes:
Primeira Tentativa de Assassinato: Em maio de 1983, seu marido atirou em suas costas enquanto ela dormia. A bala a tornou paraplégica e a colocou em uma cadeira de rodas. Após o atentado, Marco Antônio disse que havia ocorrido um assalto, mas as investigações descobriram que ele mesmo foi o autor do tiro.
Segunda Tentativa de Assassinato: Quando Maria da Penha se recuperou do primeiro ataque, seu marido tentou eletrocutá-la novamente durante o banho. Ele também tentou afogá-la.
Após as tentativas de assassinato, Maria da Penha conseguiu deixar a casa com a ajuda de amigos e familiares e iniciou uma batalha judicial contra seu agressor. Ainda assim, a justiça brasileira demonstrou ser ineficiente e demorado. Foram necessários 19 anos para que seu ex-marido fosse finalmente condenado, e mesmo assim, ele ficou preso por apenas dois anos.
Maria da Penha optou por levar seu caso ao plano internacional devido à demora e ineficácia da justiça brasileira. Com o apoio de organizações de direitos humanos, em 1998, ela apresentou sua história à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Este foi o primeiro caso de violência doméstica analisado por uma entidade internacional.
O governo brasileiro foi impulsionado por pressão internacional e mobilização da sociedade civil. A Lei no 11.340, também conhecida como Lei Maria da Penha, foi promulgada em 2006. A violência doméstica contra as mulheres é combatida por leis que oferecem maior proteção às vítimas e definem punições mais severas para os agressores.
2. Principais Aspectos da Lei Maria da Penha
Medidas Protetivas: As vítimas podem solicitar proteção de urgência, como impedir que o agressor se aproxime da vítima e expulsar o agressor do lar.
Definição de Violência Doméstica: A definição de violência doméstica foi ampliada pela Lei Maria da Penha, incluindo não apenas violência física, mas também violência psicológica, sexual, patrimonial e moral.
Criação de Delegacias Especializadas: Além de juizados de violência doméstica e familiar, a lei criou Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs).
Apoio à Vítima: Além disso, a lei exige a criação de serviços que atendam às vítimas de forma abrangente e multifacetada, incluindo assistência médica, psicológica, social e jurídica.
3. Impactos da Lei Maria da Penha
A Lei Maria da Penha tem sido um marco na proteção das mulheres vítimas de violência desde que foi promulgada. Ela estabelece precauções para proteger a vítima, como impedir que o agressor se envolva com ela e fornecer a ela acesso a serviços de assistência social, psicológica e legal. Além disso, a lei criou mecanismos para punir de forma mais severa os agressores e fortaleceu o trabalho das delegacias especializadas em atendimento às mulheres.
A história de Maria da Penha e a lei que leva seu nome ainda inspiram a luta por um Brasil mais justo e igualitário, onde os direitos das mulheres sejam garantidos e respeitados.
4. Conquistas Alcançadas
Ao longo dos últimos 18 anos da Lei Maria da Penha, ela aumentou a conscientização sobre a violência contra a mulher e a importância de denunciar essas violações. Há um aumento significativo no número de denúncias e registros de casos de violência doméstica. Isso indica que as vítimas têm mais confiança no sistema jurídico e nas estruturas de proteção.
A criação de juizados especializados em violência doméstica foi outro avanço significativo. Esses juizados facilitam o processo judicial e tratam as vítimas com mais empatia.
5. Desafios e Perspectivas Para o Futuro
Ainda há obstáculos a superar. A falta de recursos para a implementação plena da lei em todo o país é um dos principais desafios. Para atender de forma eficaz as vítimas, muitas regiões ainda não têm Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), casas de abrigo e equipes multidisciplinares.
Além disso, a cultura preconceituosa e machista do Brasil continuam a ser obstáculos significativos para a eliminação da violência de gênero. A educação, as campanhas de conscientização e as políticas públicas que promovem a igualdade de gênero e o respeito aos direitos das mulheres precisam continuar sendo financiadas.
Os 18 anos da Lei Maria da Penha constitui um marco na luta pelos direitos das mulheres no Brasil. Até agora, a lei tem sido um importante instrumento para proteger e empoderar as mulheres, apesar dos obstáculos. É essencial continuar tomando medidas eficazes para o futuro e construir uma sociedade mais justa e igualitária.
Se você gostou desse artigo confira Agosto Lilás: Mês de Conscientização pelo Fim da Violência contra a Mulher.
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